Real ou imaginário

Lâmpada trocada, fronha lavada, mais de vinte e uma horas de um dia e melodia no playlist à luz do aquário de Lebistes.
O sono já veio, o cansaço faz tempo, mas a sede por novidade me mantém em conectividade com o mundo virtual, que na minha imaginação parece real, embora consciente de que os sorrisos das fotos das faces são os mais brancos, já que os amarelados ali não seriam publicados. Angústias e fraquezas não cabem em 140 caracteres, o melhor de tudo e de todos sim, que mundo mágico onde tudo é perfeito, que banho de ideias, ideais, teorias e novos conceitos. Intelectual? Inspirado? Não, um disseminador de "verdades", afinal o teclado tudo aceita, inclusive "Água mole pedra dura tanto bate até que fura" ser de Lispector. 
O sonho, o ideal, a frase ali publicada, embora não praticada, precisa ser meu cartão de visita.
Síndrome de obsolescência, um desejo obsessivo por uma notificação que me traga alguma novidade sobre alguém, não se sabe quem, mas que naquela foto parece se sentir tão bem.
O mundo perfeito, a roupa da moda, a casa noturna, o status de aceito. 
O olho no olho talvez já era, nessa nova Era parece que a gente interage com o olho na tela. 



Nenhum comentário: