Diário de um dia desses

Meus sonhos de realidade estão tão próximos, buscando nos teus olhos o refúgio que meu coração precisa para se aconchegar. A grande roda viva da vida retrai meus pensamentos que viajam por muitos universos à buscar o novo, de novo... Ontem o que era tão novo, hoje passado, bem como o que hoje encontro, amanhã é deixado.
Por que o irreal é tão legal? Meu imaginário pede, oferece e poucas vezes obedece. Minha música é meu alento, para alguns um talento, mas pareço inseguro no momento em que tento não "tá-lento" e me ver e ouvir atento lá no palco sendo, das atenções, o centro. Nasci sem manual e sem regras pré-determinadas. Não me disseram que eu deveria ser este ou aquele. Aprendi o que hoje me alegra: pôr em prática, reger minhas atitudes e pensamentos. Regendo sem regimento, agindo sem coagir lembro o vento que me soprava ao levantar o nariz. O que há de abstrato me instiga. Tenho cisma de quem não está muito certo do que irá acontecer, mas penso nos meus sonhos, que sempre têm algo a me dizer.
Naquelas noites mal dormidas em que eu não conseguia projetar minha vida, nostalgicamente pensava em você sem perguntar: por quê? E me canso de ser e viver o que amanhã espero não crer. Crer no que amanhã posso ser, ou melhor, ESTAR, sem a garantia de saber se de fato o sonho irá acontecer.
Mas a incerteza é o sal que tempera o comer. Só não quero um mar de incertezas, cuja água não se pode beber.
O mais belo em minha vida é o mar que posso olhar, o ar que posso respirar e a tua mão que posso tocar. É a bênção que o pai dá, é a alegria no sorriso da mãe ao me olhar e a jovialidade do meu irmão ao na vida jogar. Tenho calor de amor no coração, é Paz, é Fé ao inflar o pulmão, é sorrir no espelho e chorar de gratidão. É Deus sempre por perto sinalizando generoso através dos meus gestos.

Adriano Dirribeira

Escrito em 30 de novembro de 2009, não me pergunte por que, pois eu também não sei.


Nenhum comentário: